Mito ou verdade: o pão francês é saudável? O que dizem os especialistas

Saúde

Por décadas, o pão francês foi rotulado como vilão das dietas. Hoje, no entanto, ele está em alta, sendo defendido até como opção de pré-treino ou como parte de dietas de emagrecimento. Especialistas têm reforçado seu valor como uma fonte de energia acessível e prática, especialmente para quem não possui intolerância ao glúten.

— Para quem não tem restrições ao glúten, não há problema nenhum em consumir pão francês — afirma o nutricionista e especialista em emagrecimento Thiago Monteiro.

A má fama do pão francês

A rejeição ao pão francês foi impulsionada pela presença do glúten, uma proteína encontrada em cereais como trigo, centeio, malte e cevada. O glúten confere elasticidade às massas, mas passou a ser associado a problemas como inflamações, obesidade e até doenças metabólicas.

— Cerca de 10 anos atrás, livros e estudos começaram a demonizar o glúten, vinculando-o a efeitos negativos. Porém, pesquisas mais recentes mostraram que, além de não fazer mal, o pão é uma excelente fonte de energia. Inclusive, dietas que eliminam o glúten sem orientação podem levar ao ganho de peso — explica a nutricionista Priscilla Primi, mestre pela USP e colunista do Globo.

De fato, há grupos específicos que precisam evitar o glúten, como pessoas com doença celíaca, uma condição autoimune que causa inflamações intestinais graves ao consumir a proteína. Já quem possui sensibilidade ao glúten pode optar por pães de fermentação natural, que são mais fáceis de digerir e causam menos desconforto.

Tapioca: o “herói” questionado

Nos últimos anos, a tapioca ganhou status de substituto saudável do pão, especialmente em dietas de emagrecimento. No entanto, especialistas alertam que sua fama não é totalmente justificada.

— Uma porção de tapioca geralmente tem mais carboidratos do que uma fatia de pão. Isso não significa que a tapioca seja ruim, mas, assim como o pão, ela deve ser consumida com moderação e equilíbrio — diz Primi.

Ambos os alimentos são fontes de energia e podem fazer parte de uma dieta saudável, desde que consumidos com consciência.

Pão francês e dietas low carb

A ascensão das dietas low carb também contribuiu para o declínio temporário do pão francês. Por ser rico em carboidratos, ele é frequentemente eliminado dessas estratégias alimentares. Contudo, as restrições severas desse tipo de dieta podem ser difíceis de manter a longo prazo.

— É essencial respeitar os hábitos alimentares das pessoas. O brasileiro tem o costume de comer pão francês. Não precisamos eliminá-lo, mas sim ajustar as quantidades — afirma Monteiro.

Como incluir o pão francês na dieta?

Para quem busca emagrecimento, a recomendação é limitar o consumo a meio pão ou um pão inteiro por dia, preferencialmente na versão integral, que contém mais fibras e nutrientes.

Nutricionistas também sugerem combinar o pão com fontes de proteína, como ovos, queijos ou patês, para evitar picos de glicose no sangue. Quando consumido isoladamente ou com opções ricas em açúcar, como geleias ou leite condensado, o pão francês pode causar um efeito rebote, levando a mais fome pouco tempo depois.

— Para evitar esse efeito, combine o carboidrato com uma proteína, que desacelera a digestão e promove maior saciedade — explica Monteiro.

Seja como pré-treino ou no café da manhã, o pão francês pode ser um aliado na dieta, desde que consumido de forma equilibrada e dentro do contexto de uma alimentação saudável.

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